
Uma declaração do padre Júlio Lancellotti gerou repercussão ao questionar práticas de oração sem compromisso com ações concretas. Durante uma homilia no último domingo (24), o pároco da Paróquia São Miguel Arcanjo, em São Paulo, enfatizou que a fé deve ir além de práticas individuais e se traduzir em auxílio aos mais necessitados.
A fala foi interpretada como uma crítica indireta ao Frei Gilson, sacerdote carmelita conhecido por incentivar a oração do Santo Rosário às 4h da manhã como forma de sacrifício e penitência. Em entrevista recente, Frei Gilson destacou a importância dessa prática na vida espiritual, defendendo que a disciplina na oração fortalece a fé e o caráter cristão.
O embate reflete visões diferentes dentro da Igreja, onde a ênfase na espiritualidade e na ação social muitas vezes se contrapõem. Além disso, fatores políticos também influenciam esse confronto. Enquanto Frei Gilson é próximo de setores conservadores, padre Júlio tem forte alinhamento com pautas sociais e é frequentemente associado à esquerda.
Essa polarização crescente mostra como a política tem impactado o meio religioso, desviando o foco do essencial: a fé em Cristo e a missão de sua Igreja. Em vez de alimentar divisões, líderes religiosos deveriam buscar a unidade na fé e no serviço ao próximo, sem transformar a religião em palco de disputas.